Arquivo de fevereiro, 2012

:: Por Edvaldo Tavares::

É mencionado que os maias nos legaram 7 profecias, sendo que dentre as quais, uma diz que nossa era de ódio, medo e materialismo terminará em 21 de dezembro de 2012. Isto significa, para tantos crédulos, que o mundo acabará naquela data. Para aqueles que sabem que o ser humano tem esses sentimentos profundamente enraizados nos seus vários eus, interpretam, portanto, como o final dos tempos, ou, em visão explícita, do mundo.

Mas, de forma mais concreta, científica, especificamente, astronômica, seria bom dar uma olhada nas informações sobre o Apophis (O Destruidor) – aterrador inimigo de Rá, Deus do Sol do Antigo Egito, uma serpente que se esconde nas escuridões eternas do Duat – asteróide de 350 metros de diâmetro que tem um encontro marcado com o planeta Terra para o domingo de 13 de abril de 2036.

É claro, caso atinja o nosso planeta, será uma catástrofe inimaginável. Vamos aos fatos.

Apophis – O DESTRUIDOR

Esse asteróide (350 metros de diâmetro) que tem o nome grego Apophis, o inimigo de Rá (deus do Sol do Antigo Egito), foi descoberto em 2004 e tem o aterrador nome de O Destruidor ou Descriador – tradução do antigo deus egípcio Apep (uma serpente que se esconde nas escuridões eternas do Duat – meio da Terra – que tenta engolir Rá durante sua passagem noturna e Seth, deus do Caos, a mantém distante).

Asteróides são corpos celestes feitos de rocha que gravitam ao redor do Sol em órbitas geralmente situadas entre as dos planetas Marte e Júpiter. Para perigo do planeta em que vivemos alguns asteróides escapam das suas órbitas e a uma velocidade de mais de 60 mil Km/h, dependendo do seu volume, numa colisão com a Terra pode matar milhões ou até mesmo acabar com a vida terrestre. A nave em que viajamos pelo espaço – planeta Terra – transita por regiões perigosas do sistema solar. Veja a superfície do nosso satélite, lua, toda cheia de crateras. Apophis, nome do Destruidor/ Descriador não é a única ameaça ao nosso planeta – 6 mil asteróides foram identificados entre Marte e Júpiter. Estudos demonstram que na escala de Turim o risco de impacto devastador de magnitude igual a 65.000 bombas de Hiroshima com o planeta Terra é de 1 para 45.000. Está prevista essa visita incômoda para domingo, 13 de abril de 2036, quando, sem cerimônias, passará pela nossa vizinhança.

K-T Killer na Península de Yucantan destruindo os dinossauros.

Outra ameaça resulta da possibilidade de nosso planeta ser colidido por um cometa. Para exercício de imaginação, o que aconteceria a Terra se fragmentos de cometa de 400 e 800 metros de diâmetro se chocassem contra ela como ocorreu com Júpiter em 18 de julho de 1994? Os cometas podem surgir de surpresa com uma velocidade três (180.000 Km/h) a quatro (240.000 Km/h) vezes maior do que a dos asteróides. O cometa Hyakutake, em 1996, surpreendeu os observadores, somente sendo notado alguns meses antes de cruzar a órbita da Terra. Esse cometa com alguns quilômetros de diâmetro assemelhava-se ao K-T Killer que extinguiu os dinossauros há 65 milhões de anos, na Península de Yucatan, México. Essas ameaças que podem vir do espaço são levadas tão a sério que na ilha Mauí, Havaí, no local mais alto (seis mil metros), funciona um ponto de observação do programa de busca de asteróides.

Não existe um consenso na comunidade científica sobre o que deve ser feito em caso de uma possível colisão com a Terra. O fator tempo é importante e os cientistas sabem que a detecção da ameaça com cinco anos de antecedência é um tempo muito curto diante das distâncias e velocidades envolvidas. Mesmo com dez anos as chances são poucas. O ideal seria 100 anos, tempo suficiente para o desenvolvimento de uma solução salvadora. Os observadores devem conhecer as ameaças que rodeiam o nosso planeta e estar preparados para evitar a sua destruição, caso seja preciso e possível.

:: EDVALDO TAVARES – Médico e Diretor Executivo (IRV)